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A Proposta de Obama para o Sistema de Saúde Americano


Autor: Dr. Caio Cesar F. Fernandes

Após a perda da maioria do 60 assentos no Senado americano, o presidente Barack Obama vê uma de suas prioridades de campanha, a reforma no Sistema de Saúde se tornar cada vez mais difícil.

No final de novembro a Câmara dos Representantes e Senado aprovaram versões diferentes sobre a reforma e a indecisão sobre o projeto final se prolonga até os dias de hoje.


A PROPOSTA

Entre os pontos principais do projeto, está um seguro-saúde oferecido pelo governo americano que pretende competir em qualidade com os planos privados, a um custo menor, já que será subsidiado. Com isso, a ideia é baixar o custo dos planos pagos em geral, que subiram numa média anual de 5% acima da inflação.
 
Pelo plano do partido da situação, metade da conta será paga por um aumento progressivo nos impostos da fatia mais rica da população na próxima década. Os atingidos são famílias que ganham mais de US$ 250 mil por ano (R$ 41,7 mil por mês), menos de 3% da população americana.

Além disso, o governo pretende ampliar gradualmente a cobertura do atual sistema público aos cerca de 30 milhões de norte-americanos que não contam com seguro algum. Fará isso implantando uma das idéias defendidas no livro “Nudge -O Empurrão para a Escolha Certa” de Cass Sunstein, chamada “arquitetura das escolhas”. Segundo o livro, se deixadas livres, as pessoas tendem a fazer escolhas que as prejudicam em assuntos primordiais como é o caso da Saúde; se forçadas a optar, elas frequentemente decidem pelo melhor. Acreditando nisto, o Presidente americano promoverá esta semana uma discussão entre Republicanos e Democratas na televisão na tentativa de um consenso para a fusão das propostas.

Outro ponto importante da reforma inclui os hoje não segurados que serão automaticamente cadastrados; apenas os que se manifestarem contra serão desligados. É uma “cobertura universal” de fato, embora não de direito, como defendia Obama na campanha presidencial.

As empresas privadas serão proibidas de negar a cobertura por condições médicas preexistentes, fato comum nos EUA, por ser uma das suas principais fontes de lucro. Esses dois aspectos e o aumento dos impostos dos mais ricos são as pedras no sapato da oposição republicana, que vem chamando a proposta, pejorativamente, de “socialista”.

Segundo a Casa Branca, a medida beneficiará cerca de 31 milhões de americanos e permitirá reduzir o déficit fiscal em US$ 100 bilhões [cerca de R$ 180 bilhões] em dez anos, e em cerca de US$ 1 trilhão [cerca de R$ 1,8 trilhão] em sua segunda década, ao cortar a despesa do governo em saúde e controlar abusos e fraudes.


Fonte: BBC, Luis Nassif, Folha de São Paulo

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