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Prescrição de Empagliflozina explode com resultado de estudo
Autor: Dr. Bruno Biselli
Após a publicação do estudo EMPA-REG OUTCOME sobre o uso do antidiabético oral Empagliflozina (Jardiance®, Boehringer Ingelheim/Lilly), um número cada vez maior de médicos nos Estados Unidos vêm prescrevendo o inibidor do co-transportador renal de sódio-glicose (SGLT2), levando a uma mudança no tratamento da doença nos últimos meses.
Uma pesquisa conduzida pelo Medscape dois meses após a publicação dos resultados do uso de Empagliflozina na diminuição de mortalidade em pacientes com DM tipo-2, mostrou que cerca de 2/3 dos médicos estavam agora prescrevendo a medicação para tratamento de pacientes diabéticos e 75% tinham intensão de aumentar a prescrição do antidiabético oral.
A pesquisa com mais de 600 profissionais, sendo 61% deles endocrinologistas, mostrou que 23% dos médicos trocaram drogas antidiabéticas por Empagliflozina nos últimos meses e 62% adicionaram-na ao esquema terapêutico de seus pacientes. Endocrinologistas prescreveram mais a medicação (71%) comparado com médicos de família (56%) e clínicos gerais (52%). Além disso, quase 80% dos endocrinologistas referiram que tinham intenção de prescrever a Empagliflozina para seus pacientes no futuro.
O estudo Empagliflozin Cardiovascular Outcome Event Trial in Type 2 Diabetes Mellitus Patients (EMPA-REG) mostrou que a adição do inibidor do SGLT2 no tratamento usual de pacientes com DM tipo-2 e elevado risco cardiovascular, comparado com placebo, diminuiu significativamente o desfecho primário do estudo (morte por causas cardiovasculares, infarto não-fatal e acidente vascular não-fatal) em um segmento médio de 3,1 anos, principalmente às custas de diminuição de mortalidade. O uso de Empagliflozina levou a uma redução de risco relativo de 38% para mortes cardiovasculares e 32% para mortes por todas as causas.
Os resultados promissores do uso de Empagliflozina vêm levando nos Estados Unidos um aumento progressivo do uso dessa medicação nos últimos meses e espera-se uma mudança no tratamento do DM tipo-2 em todo mundo. Entretanto, essa “corrida” pelo uso da Empagliflozina é vista com certa cautela por alguns especialistas. Além de ser uma droga cara e tratar-se de um único estudo, não se sabe os efeitos a longo prazo do uso da medicação e se os resultados foram devido a droga exclusivamente ou trata-se de um efeito de classe dos inibidores do SGLT2. Assim, será cedo para mantermos nossas esperanças tão elevadas?