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Por que os médicos não devem temer as mídias sociais

Autor: David Holmes

Traduzido por: Dra. Thaís Pinheiro Lima

Referencia: http://blog.cardiosource.org/post/Why-Physicians-Should-Not-Fear-Social-Media.aspx

O termo "mídia social" tem atraído interesse considerável da comunidade médica. Opiniões sobre o conceito variam muito devido a diversos fatores, dentre eles: o objetivo pelo qual se destina; a idade, e o conteúdo de quem está enviando ou recebendo as informações; e o formato específico que está sendo utilizado. A mídia social tem um grande potencial para a profissão médica, como um meio para melhorar a comunicação entre médicos, prestadores de saúde e pacientes.

No entanto, há também uma potencial desvantagem, especificamente, as conseqüências relacionadas a um comportamento não profissional. Exemplos de comportamento não profissional foram identificados em um levantamento de médicos no Twitter (JAMA1). Este estudo constatou que apenas 3% dos tweets não tinham conteúdo profissional, entretanto eles poderiam ter conseqüências importantes, já que poderiam potencialmente violar a privacidade do paciente, ter conotação sexual ou de discriminação racial ou ainda conter palavras inapropriadas e agressivas. Há alguns casos documentados, embora infrequentes, de médicos e prestadores de saúde punidos por hospitais após postarem informações de caráter médico confidencial via Facebook .

Fatos como este levaram a American Medical Association (AMA) a publicar neste ano a política de "Profissionalismo no Uso de Mídias Sociais"2, que descreve como os médicos podem envolver-se em meios de comunicação social de uma forma que suporta "a expressão pessoal, promovendo a cordialidade dentro da profissão, além de divulgar amplamente as mensagens de saúde pública e outros comunicados de interesse de saúde pública". Essa política é baseada em 6 pilares:

1. Nunca envie informações on-line identificando o paciente.
2. Defina configurações de alta privacidade para o seu perfil na mídia social. É importante monitorar rotineiramente a sua presença on-line, incluindo busca do seu próprio nome nos sites específicos como o Google e visualizar seu perfil do Facebook a partir do perfil de outro amigo. Não tweet sobre assuntos em que você não se sente confortável, mesmo que sua conta seja privativa.
3. Mantenha uma fronteira profissional adequada com os pacientes, respondendo a perguntas específicas, mas evitando trocas de informações irrelevantes.
4. Separe o conteúdo pessoal e profissional nas mídias sociais.
5. Avise às pessoas quando sentir que as postagens delas em uma mídia social forem inapropriadas para um profissional de saúde.
6. Reconheça que o que você postar pode afetar não somente a sua reputação, mas a reputação da instituição em que você trabalha e da profissão médica.

A grande questão é: os médicos têm uma infinidade de preocupações especiais que devem levar em consideração ao explorar o uso da mídia social. Mas, com um pouco de cautela e bom senso, a mídia social é um esforço que vale a pena. Como escrito em uma página em revista recente do JACC: a mídia social e a internet "vão oferecer oportunidades sem paralelo para alcançar o mundo global de especialistas cardiovasculares, pacientes e a sociedade como um todo. Ela irá fornecer oportunidades para as pessoas definirem e otimizarem as suas próprias abordagens à aprendizagem individual. Vai oferecer aos pacientes o acesso à informação relevante para as suas próprias necessidades pessoais”.

Ao escolher como e com quem você irá se envolver, os meios de comunicação social podem trazer tudo o que você quiser. Por exemplo, se você quiser usá-lo para saber mais sobre um tópico, você pode usar o Twitter para seguir outras pessoas que tweetam sobre o tema, basicamente usando o Twitter como um agregador de notícias. Se você quiser uma outra maneira de educar seus pacientes sobre problemas cardiovasculares, você pode começar um blog com discussões sobre temas que surgiram durante a semana de trabalho (sem discutir detalhes do paciente, é claro). Ou, se você estiver interessado em fazer networking com outros profissionais de saúde on-line, você pode se juntar ao grupo ACC LinkedIn ou à pagina de fãs do Facebook - ou qualquer outro grupo cardiovascular, uma vez que existem muitos - para fazê-lo.

Mídia social é verdadeiramente uma fonte de infinitas possibilidades. Você está limitado apenas pela sua criatividade e tempo. Há um ótimo relatório denominado “Ellerin Health Media”3 que mostra exemplos de abordagens que os médicos assumiram nas mídias sociais para agregar valor à profissão e ao marketing pessoal.

Aqui estão alguns links úteis se você estiver interessado em aprender mais sobre o uso das mídias sociais no meio médico:

• "Professionalism in the Use of Social Media" (AMA Policy) - http://www.ama-assn.org/ama/pub/meeting/professionalism-social-media.shtml 
• "For doctors, social media a tricky case" (Boston Globe) - http://articles.boston.com/2011-04-20/lifestyle/29451939_1_social-media-patient-emergency-room
• "Professionalism in the digital age" (Annals of Internal Medicine) - http://www.annals.org/content/154/8/560.full 
• "Online Posting of Unprofessional Content by Medical Students" (JAMA) - http://jama.ama-assn.org/content/302/12/1309.abstract?ijkey=4c150841bb93291a47b2352863e8ee1392c4a027&keytype2=tf_ipsecsha
• "Nurses Fired Over Cell Phone Photos Of Patient" (WISN-TV) - http://www.wisn.com/news/18796315/detail.html 
•Physicians on Twitter" (JAMA) - http://jama.ama-assn.org/content/305/6/566.2.full
•The Social Physician" (Report by Ellerin Health Media) - http://ellerinhealthmedia.files.wordpress.com/2010/11/the_social_physician_bunny_ellerin1.pdf 


Referências:

1.JAMA. 2011;305(6):566-568
2.http://www.ama-assn.org/ama/pub/meeting/professionalism-social-media.shtml 
3.http://ellerinhealthmedia.files.wordpress.com/2010/11/the_social_physician_bunny_ellerin1.pdf 

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