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Consumo de chocolate amargo reduz o risco de doença cardiovascular

Autora: Dra. Thaís Pinheiro Lima

Fonte: Zomer E, Owen A, Magliano DJ, et al. The effectiveness and cost effectiveness of dark chocolate consumption as prevention therapy in people at high risk of cardiovascular disease: best case scenario analysis using a Markov model. BMJ 2012;344:e3657


DA doença cardiovascular é uma das principais causas de óbito no mundo e os pacientes com síndrome metabólica estão sob o maior risco de desenvolver essa enfermidade. As modificações no estilo de vida, especialmente relacionados à dieta e atividade física, constituem a base terapêutica não medicamentosa para prevenção da doença cardíaca. Alguns estudos sugerem que os polifenóis, substancias contidas em frutas, grãos, chás e no chocolate, sejam cardioprotetores. Estudo recente publicado no British Medical Journal comprova a efetividade dos polifenóis flavonóides contidos no chocolate amargo como medida para redução do risco cardiovascular.

Este estudo envolveu mais de 2000 pessoas com síndrome metabólica, não diabéticas, hipertensas ainda sem tratamento e sem doença cardiovascular. Os pacientes apresentavam uma média de idade de 53,6 anos e foram submetidas ao consumo diário de chocolate amargo (70% cacau) por 10 anos.

Os pesquisadores concluíram que o consumo chocolate amargo diariamente (100 gramas) por 10 anos, reduziu os eventos cardiovasculares em 85 por 10000 indivíduos. Desses, 70 foram eventos cardiovasculares não fatais incluindo AVC e IAM e 15 óbitos cardiovasculares. Comprovaram também que esta relação foi extremamente custo-efetiva.

Os pesquisadores concluíram que este resultado é secundário aos efeitos anti-hipertensivo, anti-inflamatório, anti-trombótico e metabólico, que resulta na produção de óxido nítrico, redução dos reduzem os níveis de LDL colesterol, aumento do HDL colesterol entre outros efeitos benéficos.

Devemos alertar aos pacientes de alto risco cardiovascular que o consumo de chocolate amargo não deve ser tomado como única medida preventiva e sim como parte de uma mudança global. Além do mais, os efeitos sobre a pressão arterial e colesterol, embora benéfica, não são tão estabelecidos como as intervenções medicamentosas.

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