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Estatísticas Norte-Americanas sobre a saúde cardiovascular: antecedentes e consequências.
Autor: Glaucilara Reis.
Anualmente o American Heart Association (AHA), Centers for Disease Control (CDC), agências do governo dos Estados Unidos (USA) e o Instituto Nacional de Saúde publicam uma atualização das estatísticas sobre doenças cardiovasculares, fatores de risco e metas para prevenção destas patologias. Neste ano a atualização contempla a avaliação de fatores de risco, análise de mudanças de hábito de vida, além de implantação de medidas de prevenção com metas para 2020.
As frações atribuíveis aos índices de mortalidade cardiovascular são descritas abaixo:
- 40,6% = Hipertensão Arterial Sistêmica
-13,7% = Tabagismo
-13,2% = Dieta alimentar inadequada/precária
-11,9% = Sedentarismo
- 8,8% = Níveis elevados de glicose
Em 2011, 21,3% dos homens e 16,7% das mulheres são tabagistas e cerca de 32% são sedentários.
A prevalência de sobrepeso e obesidade chega em 68% (naqueles ≥ 20 anos de idade), sendo que 34% são obesos (IMC ≥30kg/m2). Na população infantil, entre 2 a 19 anos, 16,9% são obesos. Uma estimativa de que quase 14% dos adultos tem níveis elevados de colesterol. Nos dados de 2007 a 2010, 33% dos adultos nos USA eram hipertensos.
O consumo calórico vem aumentando, sendo um acréscimo de 22% para mulheres e de 10% para os homens (1542 para 1886 Kcal/dia para mulheres e 2450 para 2693 Kcal/dia para homens), especialmente às custas de carboidratos. Portanto a incidência de diabetes mellitus também segue em ascensão. Cerca de 8% dos adultos diabéticos.
Uma em cada 3 mortes nos USA são por doença cardiovascular. Os gastos com procedimentos cardiovasculares aumentaram em 28% de 2000 para 2010 e atualmente tem-se um gasto de cerca de 312 bilhões de dólares com acidente vascular cerebral (AVC) e cardiopatias.
A saúde da mulher está cada vez mais em evidência. Em relação a reposição hormonal com estrogênio e progesterona, ensaios clínicos randomizados não mostraram benefício e nem proteção quanto a risco cardiovascular, além do aumento do risco de AVC em mulheres pós-menopausa. A idade da menopausa antes dos 42 anos foi citada como fator de risco 2 vezes maior para desenvolver AVC. No entanto, esta mesma associação não foi vista em outros estudos, portanto ainda necessita de maior avaliação.
A apneia do sono foi vista como fator de risco independente para AVC, com aumento em 2 vezes. Além disso, a gravidade da apneia tem relação direta com o aumento do risco para AVC.
Fazendo um paralelo com o Brasil, o excesso de peso está presente em 40% dos indivíduos e 10 milhões já são considerados obesos. Cerca de 35% da população acima de 40 anos são hipertensos, com uma variação de 20 a 44%. Apenas 30% destes hipertensos estão com os níveis pressóricos controlados. Apesar das taxas de mortalidade cardiovascular estarem em declínio nas últimas décadas, os índices brasileiros ainda são elevados, podendo serem comparados com países do Leste Europeu e China.
Assim, o controle dos fatores de risco se faz mandatório para redução destes índices.
Referências:
1- Heart Disease and Stroke Statistics—2013 Update
A Report From the American Heart Association.Circulation. 2013;127:000-000
Circulation is available at http://circ.ahajournals.org
December 13, 2012
2- Mortalidade por Doenças Cardiovasculares no Brasil e na Região Metropolitana de São Paulo: Atualização 2011 Mortality due to Cardiovascular Diseases in Brazil and in the Metropolitan Region of São Paulo: A 2011 Update
Antonio de Padua Mansur e Desidério Favarato Instituto do Coração (InCor) – HCFMUSP,
São Paulo, SP – Brasil
Arq Bras Cardiol. 2012; [online].ahead print, PP.0-0)