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Inibidor da ECA e Betabloqueador podem prevenir a cardiotoxicidade por quimioterápicos

Autora: Dra. Mônica Samuel Avila

O prognóstico dos pacientes com neoplasias tem melhorado nos últimos anos devido ao uso de novos quimioterápicos e aos regimes mais intensivos de quimioterapia. Entretanto, muito desses medicamentos são cardiotóxicos e podem levar a insuficiência cardíaca.

Um estudo piloto espanhol publicado nesse mês, o OVERCOME (Prevention of left ventricular dysfunction with enalapril and carvedilol in patients submitted to intensive chemotherapy for the treatment of malignant hemopathies), avaliou os efeitos de enalapril e carvedilol na prevenção da disfunção ventricular em pacientes com neoplasias hematopoiéticas que foram submetidos a quimioterapia.

O estudo incluiu pacientes entre 18 e 70 anos com ritmo sinusal e FEVE > 50% com leucemia aguda que foram submetidos a tratamento quimioterápico e pacientes com linfoma de Hodgkin e não Hodgkin refratários e mieloma múltiplo que foram submetidos a transplante de células tronco.

Os pacientes foram randomizados para receber placebo ou carvedilol e enalarpil. O desfecho primário foi a mudança da FE através de ecocardiograma e ressonância nuclear magnética em 6 meses após a randomização.

Foram incluídos 90 pacientes entre 2008 e 2010, sendo 45 em cada grupo. A FEVE não mudou nos pacientes que utilizaram enalapril e carvedilol e apresentou uma queda significante no grupo controle (p=0,035). Os grupos que mais se beneficiaram foram aqueles que foram submetidos a um regime mais cardiotóxico.

O estudo sugere um efeito protetor no grupo que recebeu as medicações cardioprotetoras, com menos lesões cardíacas.

Não foram avaliadas as drogas separadamente e o estudo não foi cego, entretanto já trouxe algumas respostas e perspectivas quanto à prevenção da cardiotoxicidade por quimioterápicos.

Referência: J Am Coll Cardiol. 2013;():. doi:10.1016/j.jacc.2013.02.072.

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