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Dados de morte por poluição assustam grandes metrópoles brasileiras

Autor: Dr. Bruno Paolino

Dados do Instituto Saúde e Sustentabilidade, instituição ligada à Universidade de São Paulo, mostram que a poluição é importante causa de mortalidade no Rio de Janeiro e em São Paulo. No ano de 2011, a poluição foi responsável por mais de 20 266 mortes em ambos os estados, número quase 2 vezes maior que o número de mortes relacionadas a acidentes de trânsito, que somaram pouco mais de 11 mil indivíduos mortos no mesmo período. Provavelmente, o número de mortes relacionadas à poluição nos dois estados devem superar o de mortes por câncer de mama e próstata nas próximas décadas. A maioria dos casos de mortes relacionadas à poluição ocorrem por infecções respiratórias, exacerbações de doenças pulmonares e o câncer de pulmão.

Apesar dos esforços dos governos federal e estaduais em diminuir a poluição produzida pelos automóveis, estes continuam a ser os grandes produtores da poluição nas grandes metrópoles, responsáveis por 77% da poluição paulista e 90% da poluição fluminense. O estado do Rio de Janeiro foi o primeiro estado da federação a instituir a vistoria anual com medição dos poluentes expelidos pela frota. O estado de São Paulo também instituiu a mesma estratégia e o governo federal regulamentou leis cada vez mais estritas para a fabricação de motores no país. Isso fez com que os carros fabricados nos dias de hoje poluam pelo menos 30% menos que os automóveis produzidos no início do século.

No entanto, com a preferência governamental dada ao transporte individual e o aumento da frota de veículos, a carga de CO2 e gases do efeito estufa nos grandes centros continua aumentando nos últimos anos. O governo brasileiro investiu em renúncia do imposto para produtos industrializados (IPI) mais que o dobro dos investimentos em transportes públicos. Além disso, os investimentos em transportes públicos dão preferência ao modo rodoviário, com a construção de rodovias, avenidas e corredores de ônibus, em detrimento de construção de linhas de transporte sobre trilhos. Para reverter esta questão, os governos estaduais estão investindo maciçamente (ainda que aquém do necessário) em transporte metroferroviário e o governo federal lançou um programa que condiciona a renúncia do IPI aos carros pouco poluentes.

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