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Casos de Chikungunya se alastram pelo Brasil
Autor: Dr. Bruno Biselli
Segundo o Ministério da Saúde, até 25 de outubro desse ano, 828 casos de Chikungunya foram confirmados no Brasil. Os Estados da Bahia e do Amapá são os mais afetados, somando mais de 95% dos casos no país. Uma semana após essa divulgação, no entanto, a Secretaria de Saúde da Bahia confirmou mais 114 casos novos da doença e mais de 130 casos suspeitos já haviam sido notificados.
Segundo a OMS, o vírus da Febre Chikungunya foi identificado pela primeira vez em 2004 e até 2013 a circulação do vírus estava limitada a 19 países da África e da Ásia. No final do ano passado, foram detectados casos autóctones em países do Caribe. No Brasil, os primeiros casos importados foram confirmados em julho de 2014 em 5 militares que estavam em missão no Haiti. Dois meses após, 37 casos importados foram notificados no país e em setembro, no Amapá, foram confirmados os dois primeiros casos autóctones nacionais.
Apesar desse aumento de número de casos, a epidemia até o momento está limitada a poucas cidades. Os Estados da Bahia e do Amapá concentram quase todos os casos autóctones do país. Feira de Santana na Bahia é a cidade com maior número de casos confirmados: 419, seguido de Oiapoque-AM e Riachão do Jacuípe-BA. Alguns municípios na Bahia, que tiveram casos confirmados previamente, não apresentaram novas confirmações nas últimas semanas. O Estado de São Paulo é o terceiro estado com maior número de confirmações de casos. Foram 17 casos, mas todos tem evidências de contaminação fora do estado.
A Febre Chikungunya é causada por um Alpha vírus que é transmitido pelos mosquitos
Aedes aegypti e Aedes albopictus – transmissores da dengue e febre amarela. Os sintomas são parecidos com os da Dengue, caracterizados por uma síndrome febril com duração média de 10 dias e, o mais marcante na doença, uma artralgia intensa e limitante que pode durar semanas a meses. Diferentemente da Dengue, que já matou mais de 800 indivíduos no Brasil nos últimos 5 anos,
complicações hemorrágicas na Chikungunya são muito raras e a letalidade é baixa.
Sem tratamento disponível, as medidas de prevenção da doença são as mesmas adotadas no combate a Dengue. Desde o ano passado, com a confirmação dos casos no Caribe, o Ministério da Saúde adotou um plano de contingência do vírus. Além da educação de profissionais da área de saúde sobre a doença, programas de redução drástica da população de mosquitos em áreas epidêmicas foram instaurados. Atualmente, seis laboratórios no país são capazes de detectar no novo vírus.